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sábado, 4 de outubro de 2014

Ponto de Paz

     Dias desses estava repensando em ir pra Júpiter.
      Mas não deu, a  NASA disse que não aceita mais animais para teste por lá. Agora só robôs, as sondas.
      Tentei, fugir... Sair pelas ruas, e não voltar mais. Também não deu.
      Tentei até pedir carona pra um caminhoneiro pra ir pra bem longe, mas ele me olhou com uma cara de tarado que eu resolvi ficar e preservar minha integridade.
      A ultima tentativa foi descer pelo ralo. Sempre me diziam isso quando eu demorava muito no banho. Fiquei lá horas tentando descer pelo ralo, mais não deu muito certo.
      Por fim, como nada deu muito certo, resolvi me fechar em um mundo onde tudo era perfeito. Ouvindo musica no ultimo volume, andando a pé pela cidade cinza, aproveitando que estava lá. Pensei bem em tudo que precisava. E mesmo assim, nada adiantava porque algumas coisas não saiam da minha cabeça, algumas cenas, palavras, conversas, musicas, poemas e poetas não saiam de jeito nenhum da minha cabeça, cada musica que passava me lembrava mais, cada lugar que passava me fazia querer fugir pra bem longe pra parar de pensar nisso.
      Mais não teve jeito, nem maneira. Nada tirava isso da minha cabeça. Comecei a pensar o que fazer. E nenhuma luz me vinha. Tentei de tudo, menos o suicídio, o que seria um tanto obvio. Mas depois de um tempo eu percebi, que nada ia adiantar, tudo ia me levar a um só lugar, um único ponto de paz.
      O meu ponto de paz, não é um lugar, um poema, um livro, uma musica é uma pessoa. Uma pessoa, o que pra mim é um enigma indecifrável.



Texto: Karen Nolasco
Em: sobre como meus pensamentos

rascunhados fazem sentidos em 

situações recentes.

Foto: Atilio Gazola

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