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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os canibais estão na sala de jantar / Arnaldo Jabor

Novos códigos penais terão de ser escritos para um tempo onde o
horror é normal e o crime compensa.


Jeffrey Dahmer, o canibal de Milwaukee, contemplava a decoração de seu apartamento com satisfação. Tudo bem-arrumado. No freezer novo estavam quatro cabeças em bom estado olhando-o com tranqüilidade, com Certo carinho até. Na geladeira, no gavetão de legumes, havia mais uma cabeça que ele havia fervido. No congelador da Frigidaire estavam partes de corpo humano bem-arrumadas, junto com os cubinhos de gelo bem distribuídos, dos quais Dahmer pegou dois para o uísque. Num grande barril azul de plástico jaziam braços, pernas, mãos, parecendo um depósito de escultor. Foram 17 assassinatos em pouco tempo.
Em Londres, em Cranley Gardens, Dennis Nilsen levou 15 rapazes para casa e matou-os com cuidadoso ritual. Estrangulava-os no sono, depois lavava-os, tratava os cadáveres como bebês, velava seu sono eterno e, como era difícil levá-los para fora sem chamar a atenção do porteiro, cortava-os em pedacinhos e transportava-os aos poucos para a rua.